sábado, 11 de maio de 2013

A Consciência dos Animais


A grande maioria das pessoas não gosta de mudanças, pois elas trazem insegurança, medo e transformação dos padrões da rotina a qual geralmente estão acostumadas. 


Repetir padrões sem questionamentos não é rotina, é inconsciência.

Inconsciência geralmente atribuída aos animais, mas porque?

Pelo fato de não poderem se expressar por palavras como a raça humana? Ou pelo fato de o próprio ser humano se denominar como a única espécie "pensante" do planeta?

Pois bem. Pensar não significa acertar. Pensar não traduz consciência.

O ser humano pensa e destrói o planeta que o abriga e sustenta.

E por meio da inconsciência explora seus irmãos animais de todas as formas possíveis, ignorando o fato de possuírem sensibilidade, bem como a capacidade de sentirem alegria, dor, medo, amor e todos os sentimentos atinentes às pessoas.

Stephen Hawking, o maior físico do mundo, juntamente com o grande neurocientista Philip Low, atestam, após um longo e sério estudo, que os animais possuem consciência.

É chegado o momento de rever padrões e posições.

Questiono-me o porquê da imprensa não divulgar largamente esta importante descoberta. É um fato que muda a história da humanidade, mas talvez a grande pergunta seja: É conveniente tal divulgação?

Conveniente para o sistema capitalista que assola os animais por meio de sua utilização na alimentação, na indústria de calçados e roupas, nos testes cosméticos, de medicamentos, de estudos de psicologia e outras infinidades de crueldades as quais os seres "irracionais" são submetidos.

O que é mais importante, a consciência ou a conveniência?

Não podemos mudar a gigante indústria de exploração animal? Pense novamente. Referida indústria somente existe devido ao consumo alimentado pelos seres humanos, por nós, pela ignorância, pela inconsciência, pela inércia, pela omissão, por não olhar para o outro e querer que ele receba o mesmo que gostaria de ter para si.

Nada pode ser mudado em grande escala, em uma única ação. Isso se chama utopia. 

Nada pode ser modificado por discussões sem objetivo e recheada por críticas somente. Isso se chama acomodação e covardia.

O mundo só muda a partir do individual. Pelo conhecimento. Pela educação. Pelo amor. Pela ação.

Os animais merecem respeito e proteção. Podem não falar uma só palavra, mas têm muito a nos dizer.

E vc? Poderá continuar dizendo que não sabia e não era possível?

Pense nisso.

E comece a agir.


Entrevista

"Não é mais possível dizer que não sabíamos", diz Philip Low

Neurocientista explica por que pesquisadores se uniram para assinar manifesto que admite a existência da consciência em todos os mamíferos, aves e outras criaturas, como o polvo, e como essa descoberta pode impactar a sociedade

Marco Túlio Pires
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Estruturas do cérebro responsáveis pela produção da consciência são análogas em humanos e outros animais, dizem neurocientistas (Thinkstock)
O neurocientista canadense Philip Low ganhou destaque no noticiário científico depois de apresentar um projeto em parceria com o físico Stephen Hawking, de 70 anos. Low quer ajudar Hawking, que está completamente paralisado há 40 anos por causa de uma doença degenerativa, a se comunicar com a mente. Os resultados da pesquisa foram revelados no último sábado (7) em uma conferência em Cambridge. Contudo, o principal objetivo do encontro era outro. Nele, neurocientistas de todo o mundo assinaram um manifesto afirmando que todos os mamíferos, aves e outras criaturas, incluindo polvos, têm consciência. Stephen Hawking estava presente no jantar de assinatura do manifesto como convidado de honra.
Divulgação
Philip Low
Philip Low: "Todos os mamíferos e pássaros têm consciência"
Low é pesquisador da Universidade Stanford e do MIT (Massachusetts Institute of Technology), ambos nos Estados Unidos. Ele e mais 25 pesquisadores entendem que as estruturas cerebrais que produzem a consciência em humanos também existem nos animais. "As áreas do cérebro que nos distinguem de outros animais não são as que produzem a consciência", diz Low, que concedeu a seguinte entrevista ao site de VEJA:
Estudos sobre o comportamento animal já afirmam que vários animais possuem certo grau de consciência. O que a neurociência diz a respeito?

Descobrimos que as estruturas que nos distinguem de outros animais, como o córtex cerebral, não são responsáveis pela manifestação da consciência. Resumidamente, se o restante do cérebro é responsável pela consciência e essas estruturas são semelhantes entre seres humanos e outros animais, como mamíferos e pássaros, concluímos que esses animais também possuem consciência.
Quais animais têm consciência?

Sabemos que todos os mamíferos, todos os pássaros e muitas outras criaturas, como o polvo, possuem as estruturas nervosas que produzem a consciência. Isso quer dizer que esses animais sofrem. É uma verdade inconveniente: sempre foi fácil afirmar que animais não têm consciência. Agora, temos um grupo de neurocientistas respeitados que estudam o fenômeno da consciência, o comportamento dos animais, a rede neural, a anatomia e a genética do cérebro. Não é mais possível dizer que não sabíamos. 


É possível medir a similaridade entre a consciência de mamíferos e pássaros e a dos seres humanos? 

Isso foi deixado em aberto pelo manifesto. Não temos uma métrica, dada a natureza da nossa abordagem. Sabemos que há tipos diferentes de consciência. Podemos dizer, contudo, que a habilidade de sentir dor e prazer em mamíferos e seres humanos é muito semelhante. 



Que tipo de comportamento animal dá suporte à ideia de que eles têm consciência?

Quando um cachorro está com medo, sentindo dor, ou feliz em ver seu dono, são ativadas em seu cérebro estruturas semelhantes às que são ativadas em humanos quando demonstramos medo, dor e prazer. Um comportamento muito importante é o autorreconhecimento no espelho. Dentre os animais que conseguem fazer isso, além dos seres humanos, estão os golfinhos, chimpanzés, bonobos, cães e uma espécie de pássaro chamada pica-pica. 



Quais benefícios poderiam surgir a partir do entendimento da consciência em animais? 

Há um pouco de ironia nisso. Gastamos muito dinheiro tentando encontrar vida inteligente fora do planeta enquanto estamos cercados de inteligência consciente aqui no planeta. Se considerarmos que um polvo — que tem 500 milhões de neurônios (os humanos tem 100 bilhões) — consegue produzir consciência, estamos muito mais próximos de produzir uma consciência sintética do que pensávamos. É muito mais fácil produzir um modelo com 500 milhões de neurônios do que 100 bilhões. Ou seja, fazer esses modelos sintéticos poderá ser mais fácil agora. 



Qual é a ambição do manifesto? Os neurocientistas se tornaram militantes do movimento sobre o direito dos animais? 

É uma questão delicada. Nosso papel como cientistas não é dizer o que a sociedade deve fazer, mas tornar público o que enxergamos. A sociedade agora terá uma discussão sobre o que está acontecendo e poderá decidir formular novas leis, realizar mais pesquisas para entender a consciência dos animais ou protegê-los de alguma forma. Nosso papel é reportar os dados. 



As conclusões do manifesto tiveram algum impacto sobre o seu comportamento? 

Acho que vou virar vegano. É impossível não se sensibilizar com essa nova percepção sobre os animais, em especial sobre sua experiência do sofrimento. Será difícil, adoro queijo. 



O que pode mudar com o impacto dessa descoberta?

Os dados são perturbadores, mas muito importantes. No longo prazo, penso que a sociedade dependerá menos dos animais. Será melhor para todos. Deixe-me dar um exemplo. O mundo gasta 20 bilhões de dólares por ano matando 100 milhões de vertebrados em pesquisas médicas. A probabilidade de um remédio advindo desses estudos ser testado em humanos (apenas teste, pode ser que nem funcione) é de 6%. É uma péssima contabilidade. Um primeiro passo é desenvolver abordagens não invasivas. Não acho ser necessário tirar vidas para estudar a vida. Penso que precisamos apelar para nossa própria engenhosidade e desenvolver melhores tecnologias para respeitar a vida dos animais. Temos que colocar a tecnologia em uma posição em que ela serve nossos ideais, em vez de competir com eles.



Matéria originalmente publicada e disponível em:

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